Sucessão: pai rico, filho nobre, neto pobre?

Como já disse por aqui, empresas familiares são organizações fundadas e compostas por membros de uma mesma família. E quando falamos sobre empresas familiares, devemos falar também sobre sucessão.

Você sabe o que são empresas familiares, veja aqui.

No decorrer da minha carreira profissional, atuei junto a diversas empresas familiares e, por isso, posso afirmar que boa parte dos fundadores desejariam que seus filhos, irmãos e demais familiares atuassem e aumentassem seu empreendimento. 

Infelizmente, não é isso que acontece. Conforme estudos, de 100 empresas familiares fundadas no Brasil e no mundo, apenas 30 sobrevivem à 2ª geração, 15 à 3ª geração e 4 sobrevivem à 4ª geração (HSM, 2013). Não à toa que o ditado “pai rico, filho nobre e neto pobre” representa, de fato, a situação destas empresas.

O rito de transferência de poder e de capital, conhecido como sucessão, é um assunto que deveria ser normatizado nas empresas familiares, porém, na maioria das vezes, o assunto é tratado apenas em casos de falecimento ou grave doença do fundador, colocando a empresa e a família em risco.

Falar sobre sucessão é preparar a próxima geração para assumir o negócio, sem desprezar os ideais e os princípios do fundador. No Brasil, 70% das empresas familiares desaparecem por causa de conflitos familiares, que podem ser resolvidos com planejamento, preparação e acordos entre todos os envolvidos. 

A expectativa dos pais sobre os filhos

Como disse acima, os fundadores geram grandes expectativas sobre os membros da família para assumirem seus negócios, principalmente sobre seus filhos. 

Neste quesito, é possível identificar: 

  • fundadores que se enxergam como super heróis não percebendo o valor do outro;
  • fundadores que querem impor e interferir a carreira de seus filhos, o que pode ser prejudicial à empresa caso o filho não tenha interesse em assumir o negócio;
  • filhos com sonhos e/ou ambições diferentes de seus pais e;
  • filhos que enxergam seus pais como pessoas superiores, considerando que não conseguirão o mesmo empenho e resultados. 

Visto isso, é possível confirmar a complexidade das relações familiares no processo de sucessão, acerca das expectativas geradas. 

E, como o outro pode entender o que você realmente quer? Tenho uma dica! 

Expresse seus sentimentos, expectativas e aspirações aos membros de sua empresa através de cartas. Essa ação pode facilitar a comunicação entre os envolvidos. 

Te desejo boa sorte! E se precisar de uma ajuda nesta ação, conte comigo. 

Sanmya Tajra

Este artigo foi baseado no livro: SANTOS, N. & SEABRA, A. & TAJRA, S. Empresas Familiares. Uma abordagem para pequenas e médias empresas bem-sucedidas. Altabooks, 2021.

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